POEMA SOBRE A PANDEMIA em Moçambique – Delmar Maia Gonçalves

POEMA SOBRE A PANDEMIA em Moçambique

I

As sombras
retomam o lugar
que nunca foi seu
onde as brasas são chão
e a serenidade
se evola
num arco de relevos.

II

Estavam muitos mortos
à beira da estrada
Pareciam tranquilos
dormindo o sono eterno
Mas é certo
que já não tinham
fome e sede de justiça
Apenas vi seus olhos
parados no sítio da íris.

III

Longe de mim 
impor a minha luz
Há um sono colectivo
com sombras cinzentas
a que me oponho
Por isso convoco
as luas antigas
as fogueiras ancestrais
e reivindico a estrela polar
para a apoteose 
da salvação.

POESIA SULLA PANDEMIA in Mozambico

I

Le ombre
riprendono  lo spazio
che  mai fu loro
dove le braci son suolo
e la serenità
s’invola
nell’arco dei rilievi

II

C’erano molti morti
lungo la strada
sembravano tranquilli
dormendo il sonno eterno.
Ma è certo
che più non avevano
fame  e sete di giustizia
Soltanto vidi gli occhi
fermi  nel loro iride

III

Lungi da me
imporre la mia luce
C’è un sonno collettivo
con ombre cinerine
a cui mi oppongo
Per questo convoco
le lune antiche
le fiamme ancestrali
e rivendico la stella polare
per l’apoteosi 
della salvezza.

Delmar Maia Gonçalves
Delmar Maia Gonçalves nasceu em Quelimane na República de Moçambique em 5 de Julho de 1969.É Presidente do Círculo de Escritores Moçambicanos na Diáspora(CEMD).



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