CONVITE EM TEMPOS DE PANDEMIA
Convido-vos a inventarem comigo
músicas canções poemas flores
diferentes mensagens de carinho
e amor que matem a maldita Covid-19
peste negra destes nossos
tempos inseguros de uma nova pandemia.
Tracemos novos caminhos
que nos levem sozinhos ao mar
onde os beijos do ar sabem
a maresia a salsugem e a frescura
enquanto a crista da onda brama
de impaciência por ser onda
desfazendo-se suavemente
para se aconchegar carinhosa
no regaço da areia morna
ardentemente beijada pelo sol
luz do Universo que queimará
definitivamente a Covid-19.
Criemos a mais
bela canção e de
coração aceso cantemos
aos médicos às médicas
às enfermeiras
aos enfermeiros
e a todos que lutam
para nos salvarem
deste vírus malvado
que nos assombra os dias
nos tem assustados
isolados deprimidos
separa netos de avós
assusta de morte idosos
que vão definhando
mortalmente nos lares
abandonados.
Convido-vos a vestirem-se
de flores de todas as cores
a transformem-se em carícia
e num belo gesto de carinho
enviem uma flor virtual
um pedaço de lua um raio
de sol uma mão cheia de chuva
a uma amiga a um amigo
que vivam perto ou longe
se sintam melancólicos
sem incentivo nem energia
para que abracem a vida
com esperança e amor.
Inventemos rios de águas
transparentes mares de ondas
tranquilas e fontes de vida
transbordantes para assustarmos
e matarmos definitivamente
a Covid-19 traiçoeiro vírus
sádico e invisível que
nos mantém em clausura
melancólicos e receosos
sem sabermos o tempo
que ainda durará ceifando
vidas sem olhar a quem.
Inventem comigo canções
de mimos flores lua sol e rios
e arrasemos a peste amaldiçoada
com gestos de amor carinho e
as carícias mais belas dos sonhos
de um homem ou de uma mulher.
Afastemos definitivamente a visão
mórbida das urnas com cadáveres
em putrefação dentro de camiões
a abarrotar deixados ao acaso em
becos praças ou ruas desertas
aos olhos de quem não tem poder
de resolução imediata.
Depois da última canção de ternura
e chuvas agitadas levadas pelo vento
sem contarmos os cadáveres
espalhemos a esperança entre os
amigos porque não tardará o dia em
que tudo terminará e seremos livres
despertos pela aurora para novos
dias plenos de luz sol e amor
porque a maldita Covid-19 será
irremediavelmente exterminada.
INVITO IN TEMPO DI PANDEMIA
Vi invito a inventare con me
musiche canzoni poesie fiori
differenti messaggi di affetto
e amore che uccidano il maledetto Covid 19
peste nera di questi nostri
tempi esposti a una nuova pandemia.
Tracciamo nuovi percorsi
che ci portino da soli al mare
dove i baci dell’aria profumano
di mare di salsedine e freschezza
mentre la cresta dell’onda vibra
d’impazienza per essere onda
che si disfa soavemente
per sistemarsi teneramente
nel grembo della tiepida arena
baciata ardentemente dal sole
luce dell’Universo che brucerà
definitivamente Covid 19.
Creiamo la più
bella canzone e col
cuore vibrante cantiamo
ai medici alle mediche
alle infermiere
agli infermieri
e a tutti che lottano
per salvarci
da questo virus malvagio
che ci oscura i giorni
che ci ha spaventati
isolati depressi
separa nipoti da nonni
minaccia di morte anziani
che stanno languendo
mortalmente in ospizi
abbandonati.
Vi invito a vestirvi
di fiori di tutti i colori
e trasformarvi in carezza
e in un bel gesto d’affetto
inviate un fiore virtuale
uno spicchio di luna un raggio
di sole una mano piena di pioggia
a un’amica a un amico
che vivano vicino o lontano
si sentano melanconici
senza incentivi né energia
perché abbraccino la vita
con speranza e amore.
Inventiamo fiumi di acque
trasparenti mari di onde
tranquille e fonti di vita
straripanti per spaventare
e distruggere definitivamente
il Covid 19 virus traditore
sadico e invisibile che
ci trattiene in clausura
melanconici e timorosi
senza sapere il tempo
che ancora durerà falciando
vite senza guardare a chi.
Inventate con me canti
di affetto fiori luna e fiumi
e distruggiamo la peste maledetta
con gesti d’amore affetto e
le carezze più belle dei sogni
di un uomo o di una donna.
Allontaniamo definitivamente la visione
dolente delle urne con cadaveri
in putrefazione negli autocarri
a riempirsi lasciati al caso in
vicoli piazze o strade deserte
alla vista di chi non ha potere
di soluzione immediata.
Dopo l’ultimo canto di tenerezza
e piogge agitate portate dal vento
senza far conto dei cadaveri
diffondiamo la speranza tra gli
amici perché non tarderà il giorno in
cui tutto terminerà e saremo liberi
risvegliati dall’aurora per nuovi
giorni pieni di luce e amore
perché il maledetto Covid 19 sarà
irrimediabilmente sterminato.
Carlota de Barros
Lisboa, 28 de Março de 2020